O ministro da Agricultura, Wagner Rossi pede demissão depois uma série de denúncias de corrupção. Em oito meses de governo Dilma, Rossi é o quarto ministro a deixar o cargo. Em carta à presidenta Dilma Rousseff, o ministro afirma que foi injustiçado pelas acusações veiculadas pela revista Veja e no Jornal Folha de S. Paulo. Confira na íntegra a carta de demissão.
Em reportagem divulgada pelo jornal Correio Braziliense, Wagner Rossi e um de seus filhos, o deputado estadual Baleia Rossi do PMDB, utilizaram um avião que pertence à empresa Ourofino Agronegócios para viagens particulares. Funcionários do aeroporto Leite Lopes, em Ribeirão Preto, relataram à reportagem que o ministro e seu filho são vistos com frequência desembarcando no jatinho da Embraer, pertencente a Ourofino Agronegócios.
Ainda segundo o jornal a empresa sediada em Ribeirão Preto (SP), recebeu autorizações do Ministério da Agricultura para obter patentes de medicamentos. Após a entrada na campanha de vacinação contra febre aftosa iniciada em 2010 registrou crescimento de 81%. A empresa foi liberada para comercializar a vacina em outubro, transformando-se pioneira no setor.
NOTA À IMPRENSA DO MINISTRO WAGNER ROSSI
Sobre a reportagem “O ministro e o jatinho de US$ 7 milhões”, publicado terça-feira, 16 de julho, pelo jornal Correio Braziliense, o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Wagner Rossi, esclarece:
“O processo de autorização para a empresa Ourofino Agronegócios pudesse produzir o medicamento Ourovac Aftosa iniciou-se no Ministério da Agricultura em setembro de 2006.
Antes, portanto, da minha gestão à frente da pasta e de minha participação no governo.
Ao longo de quatro anos, os procedimentos técnicos que culminaram na autorização para fabricação da produto veterinário foram cumpridos rigorosamente.
A aprovação, liberação e licença para abertura da fábrica, por exemplo, ocorreram em março de 2009. Nessa ocasião, eu não era ministro da Agricultura.
E, diferentemente do que insinua a reportagem, a Ourofino não foi a única a receber tal autorização.
Também a Inova Biotecnologia (MG) recebeu licença do governo, em outubro de 2010, para fabricar a Aftomune, como é chamada a vacina contra a febre aftosa daquela empresa. No mesmo período em que a Ourofino foi licenciada.
Até 2009, apenas seis empresas, sendo cinco multinacionais, tinham autorização do governo para produzir e comercializar a vacina contra a febre aftosa no Brasil.
Empresas nacionais, como a Ourofino e a Inova, conseguiram o status oficial para a produção do medicamento veterinário. A decisão, técnica, teve como objetivo abrir o mercado.
Além dessas duas, também a empresa argentina Biogenesis obteve, em 2009, autorização para a produção da vacina.
As três empresas têm reputação no mercado e cumpriram todos os pré-requisitos, sem privilégios ou tratamento especial.
Por último, informo que, em raras ocasiões, utilizei como carona o avião citado na reportagem.
Brasília, 16 de abril de 2011
Wagner Rossi
Ministro de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento